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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Do antropomorfismo à teleologia e ao "universo simulado"

1-Antropomorfismo

Antropomorfismo é a atribuição de características humanas a toda a natureza, aos animais, aos fenômenos climáticos, ao movimento aparente dos astros no céu... É o imaginar que a realidade se dá à nossa imagem e semelhança, que ela é capaz de agir e provocar fenômenos de forma intencional, planejada, com objetivos... É algo comum na crença de povos do passado.

O raio e o trovão para nossos antepassados seriam uma expressão de fúria da tempestade, boas colheitas evidenciariam que a terra se mostra satisfeita com os humanos que a cultivam. O sol surgiria no horizonte pelas manhãs pq seria de sua vontade, e talvez algum dia se recusasse a voltar se não fosse presenteado com sacrifício de jovens capturadas de tribos inimigas a cada solstício de inverno. 

O grande urso, os lobos da floresta ou o leão feroz, por vezes representados por totens na aldeia protegeriam os guerreiros nas batalhas e tb na caça, obviamente se ficassem livres de suas lanças e flechas... 


1.1-Animismo e fetichismo:

Como subtipos do antropomorfismo nós temos o “animismo e o fetichismo” respectivamente a crença de que os “objetos inanimados podem ter alguma ação intencional” benigna ou maligna sobre indivíduos e a “atribuição de características humanas e mágicas a animais”... A proteção do clã ou tribo pelo espírito de um animal, ou o uso de amuletos além dos exemplos já mencionados acima sobre tempestades, a terra, o mar, o sol, lobos, leões e ursos são ilustrativos para os dois subtipos. 

Em geral os povos que se consideram muito cultos, como os europeus na época do colonialismo, atribuem essa tendência ao pensamento antropomórfico a povos que eles mesmos consideram incultos, selvagens, atrasados (africanos, nativos americanos, asiáticos). Mas entre a parcela mais instruída dos “povos civilizados” o antropomorfismo não encontrou um término, apenas evoluiu para a forma mais refinada da teleologia... 


2-Teleologia

Do grego telos, fim, e logos, discurso. É a suposição de que existe uma finalidade ou propósito nos acontecimentos não humanos. Crença, elaborada por Aristóteles, de que a natureza tem um propósito.

"Se esse armário existe é pq alguém o construiu" me disse um professor há quase três décadas. Ele falava sobre a origem do universo e da vida e não realmente sobre móveis. Outro me disse o seguinte sobre nosso sistema planetário: 

- Se uma maquete exposta numa feira de ciências é algo planejado, imagine o sistema solar real... 

No livro O espírito do mal, de William Peter Blatty há a seguinte questão: “se um astronauta achar uma câmera fotográfica na lua seria mais lógico considerar que o objeto evoluiu dos minerais presentes no solo ou que foi construído e trazido da Terra de alguma forma”? 

Se coisas simples como o armário, a maquete e mesmo a câmera tem que ser planejados para existirem, o que dizer de coisas muito mais complexas, como a vida ou o universo? 

Tal é o pensamento teológico e não fique surpreso de pensar exatamente assim, é uma crença comum a toda a humanidade e vamos entender o pq no item 2.4. 


2.1-Teleologia e a origem do universo

Para a teleologia se o universo e tudo o que ele contém existem é pq alguém, os deuses ou Deus, o construiu, o planejou, lhe deu uma significação, um fim, um objetivo, um propósito, um sentido. Há uma causa primeira não criada, mas capaz de executar a ação criadora de forma intencional, o que claramente implica que essa causa tem consciência e inteligência, ou seja, é algo igual a um ser humano, mas com maior capacidade de tornar sua vontade em algo real. 

Seria um "designer inteligente", tal qual na afirmação de que "é falsa a evolução por seleção natural, pois a diversidade de espécies vivas só poderia existir de forma planejada e não por acaso". Vamos no item 2.5 que o acaso não é a única alternativa ao planejamento e que planejamento é algo recente na história do universo. O universo se virou bem sem ele por bilhões de anos.


2.2-A Teleologia é um equívoco 

A maneira como funciona nosso cérebro torna muito difícil a compreensão de que o planejamento e a intenção não são inerentes à toda a natureza e sim características humanas.  Elas evoluíram em nossa espécie, que tem apenas algumas centenas de milhares de anos. O universo tem bilhões de anos. É erro crasso atribuir o princípio a algo que é derivado, é inversão de causa e efeito. 

O fato é que a realidade não precisa de planejamento e finalidades para se desenvolver, se transformar ou evoluir. E mesmo suas regularidades não são necessariamente planejadas. A característica de realizarem-se os mesmos fenômenos quando as mesmas condições e os mesmos elementos de dão são algo inerente à realidade e não algo que precise de planejamento*.

A ação de forças impessoais como a gravitação, o electromagnetismo, a expansão do espaço desde o "big bang", a produção dos elementos (hélio, oxigênio, carbono, etc) dentro das estrelas a partir do hidrogênio, as forças fraca e forte no nível subatômico e inúmeras outras são fatos a negar a suposição do designer inteligente, e por último, se algo complexo como o universo não pode existir sem um planejador, como esse planejador, ainda mais complexo do que sua criação pode existir sem ter sido criado? O pensamento teleológico nega a si mesmo, ou como escreveu Sandro Abel em uma postagem no Facebook "a necessidade de gnomos é sua e não do jardim".

Na história da filosofia temos desde Aristóteles até em Hegel a evolução do pensamento teleológico. Sua negação só se deu de forma definitiva por Darwin, o formulador da teoria da evolução por seleção natural. Finalmente foi negada a crença, sedutora, mas sem fundamento, de que há algo com características humanas (os deuses, a ideia, os fins últimos, o plano) objetivando a realidade e lhe dando origem, significado, funções, objetivos, finalidades...


2.3-Teleologia e arrogância

Já ouviu a interrogativa filosófica "qual o sentido da vida?" Pois bem, não há um sentido inerente ou inato dado por um ser superior zeloso para que cumpramos seu plano em nosso beneficio e para sua glória. O sentido é o que uma dada cultura lhe dá dentro de algumas características gerais** do comportamento de nossa espécie, mas para a teleologia "há algo mais do que isso".

Nasceríamos com alguma função no universo, nossa espécie existe pq tem um objetivo a cumprir, um propósito, somos especiais, os favoritos dos deuses, filhos de Deus, criados a sua imagem e semelhança... E tudo isso, a realidade, o universo, a vida e nós em especial seriamos obra de um ser superior, que nada é além do que um ser humano superior, com características humanas abstratas como a capacidade de planejar e tidas como capazes de criar a realidade. 

Mas não há nada disso na natureza. Temos alguma função a cumprir sim na sociedade humana pq essa sociedade criou a função que nos é dada, e apenas isso. Uma planta não existe para que algum dia alguém descubra que ela serve de remédio para malaria e nem os cavalos foram criados pelos deuses para servirem de montaria... É arrogância achar que somos especiais frente a natureza e outros seres vivos

Nesse contexto é a evolução das espécies a pedra de toque da discussão. É o campo de batalha mais significativo para defensores da teleologia, pois se nem a evolução humana é algo planejado por esse ser humano superior (um deus) tudo está perdido. E sim, tudo está perdido para a teleologia, pois a evolução das espécies é um fato e a espécie humana é fruto dela assim como todas as outras. O mecanismo da evolução, a já citada seleção natural (e não "o acaso") já foi desvendado há mais de um século e meio e só encontrou mais e mais evidencias que o confirmem desde então, mas o pensamento teleológico segue firme negando os fatos. Pq? Pq ele está de acordo com "a forma de funcionamento" de nosso sistema nervoso central.


2.4-O pensamento teleológico é fruto da forma com que funciona nosso sistema nervoso central

Paradoxalmente para a evolução de nossa espécie foi mais vantajoso um "motor de crenças" como cérebro do que uma máquina de dúvidas. Os céticos e questionadores tiveram menos sucesso em sobreviver e procriar do que os que tendiam a aceitar melhor as regras do grupo em que viviam e com isso tiveram menos descendentes... 

Nossos antepassados foram em maioria os mais crédulos, herdamos essa característica comportamental por meio de seus genes  e por isso tendemos a acreditar em quase tudo que se adéqua as tradições e crenças anteriores que já tivermos e que sejam próprias do grupo social que fazemos parte, sem necessitar de comprovação. 

Óbvio que os céticos críticos apesar de em menor número tiveram tb um papel importante, foram eles os maiores responsáveis pelas inovações, descobertas, invenções etc. Aliás ainda o são. São essas pessoas as que fizeram evolução das sociedades em todos os tempos. 

Foram indivíduos céticos corajosos por exemplo que se aproximaram de incêndios na floresta ou lava expelida por vulcões e assim dominaram o uso do fogo. Possivelmente desobedeceram regras do grupo que diziam para não se aproximar devido ao risco. Hj a maioria dos cientistas e demais pesquisadores sérios pode ser considerada cética em relação a crenças comuns a sociedades em que habitam, o que demonstra que o ceticismo crítico é fator fundamental para a produção e o desenvolvimento do conhecimento.


2.5-Teleologia e empatia

Há ainda outra característica inata de nossa forma de pensar que se soma a credulidade para formar o raciocínio teleológico, a empatia.


Somos animais que vivem em bandos e para isso a evolução nos dotou de empatia, nós percebemos as reações dos outros indivíduos que convivem conosco, entendemos se estão alegres, tristes, furiosos, antecipamos suas intenções etc. E nem sempre conseguimos diferenciar reações humanas de ações da natureza nesse quesito. Essa empatia pode pregar peças e forçar raciocínios falsos como "vamos agradecer à grande montanha por jogar fogo pela boca e destruir a aldeia de nossos inimigos" como se um vulcão pudesse ser intencionalmente um aliado. 


2.6-Teleologia e crença em deuses

Acreditar que somos especiais, acima ou a parte da natureza é algo comum a todas as culturas em todas as sociedades em qualquer época histórica. Mesmo nossos antepassados coletores e caçadores, ao contrario do que imaginam os românticos pós-modernos, não se consideravam "integrantes" da natureza e sim seres no mínimo em contato com seres superiores à natureza, dotados de poderes e dons sobrenaturais. 

Sim, a crença em deuses se liga diretamente ao pensamento teleológico e por isso é própria de nossa espécie no sentido biológico mesmo, embora obviamente com enorme gama de variações devido às diferenças culturais em que se insere ao longo da história em diferentes sociedades... “Ateus militantes” que desconhecem esse fato afirmam que todo ser humano nasce ateu e com isso cometem um equivoco de achar que nascemos como “folhas em branco aonde a sociedade vai escrevendo o que somos”. 



2.7-Teleologia e tabula rasa

Já nascemos com todo o aparato mental voltado a crer mais do que duvidar. Também temos inúmeras inclinações e outras características comportamentais inatas. Não somos como uma folha em branco ou uma tabula rasa. O erro de achar o contrario é cometido por ampla maioria dos sociólogos, psicólogos e demais membros das ciências humanas pois negam a influencia da evolução biológica em nosso comportamento, como se nosso cérebro não fosse, como os demais órgãos, originado por esse mesmo processo. 

Há uma base genética em nosso comportamento, há pessoas mais agressivas, outras mais pacatas, há pessoas mais crédulas e outras mais céticas, umas mais tímidas outras mais extrovertidas. A sociedade molda o comportamento a partir dessa base, atenuando alguns traços e incentivando outros. 

O estimulo ao pensamento cético critico deveria ser uma constante. Nas condições primitivas em que viviam nossos antepassados ser critico em relação à sociedade era algo que colocava em risco a vida do individuo e a bem da verdade ainda há sociedades opressoras em que pessoas assim tb correm risco senão de vida ao menos de punições por desobediência ou subversão... 

Mas como já vimos são os céticos críticos que desenvolvem a sociedade, fazem-na evoluir, daí a importância de estimular o livre pensamento se contrapondo a tendência natural da maioria em ser crédula e conservadora. 


2.8-A seleção natural nega a teleologia

A seleção natural é a prova cabal de que há sim como existir complexidades sem planejamento. Uma câmera fotográfica, um móvel ou uma maquete são de fato coisas simples planejadas por seres humanos. A evolução da vida e a existência do universo são fenômenos mais complexos e nem por isso algo planejado por seres superiores. É o velho antropomorfismo com nova roupagem da teleologia que impede as pessoas de verem as coisas como realmente são. 

É impossível se criar ou destruir matéria e energia, há apenas transformação, o que indica que o que constitui o universo atual apenas se transforma desde sempre. Note que é estranho afirmar que a realidade material existe desde sempre, mas quase todas as pessoas dizem isso sobre seres sobrenaturais (em especial Deus) sem pestanejar. Ou seja, para nosso modo de pensar um ser sem comprovação de existência pode ser eterno, já a realidade não!

A origem da vida é outro ponto importante. Tendemos a exagerar a diferença entre seres vivos e “seres brutos”. O fato é que tudo o que os distingue é a organização material, ou em outras palavras: a diferença entre humanos, elefantes, pés de couve, pedras e estrelas é a diferente forma de organização da matéria e energia em cada um. Os elementos são os mesmos e não há nada mágico, sobrenatural ou espiritual que faça um animal se mover, um vegetal realizar fotossíntese  ou uma estrela brilhar... São todos fenômenos naturais em diferentes formatos. 

Especificamente sobre evolução biológica não é difícil demonstrar o erro da teleologia agora que temos entendimento sobre a seleção natural e sua base genética. 

Quando um organismo se reproduz, os seus filhos não são cópias exatas suas, principalmente se for uma reprodução sexuada. Um organismo que tenha uma característica diferente de seus pais é um mutante, pois sofreu uma mutação genética. Genes são as estruturas em que estão as informações sobre as características das células, mudanças neles alteram as características da célula e do organismo. A maioria das mutações apresenta características prejudiciais ao organismo. 

Uma mosca que nasça com asas curtas ou assimétricas terá dificuldade no voo ou nem voará, um macaco cuja visão não lhe permita distinguir entre o verde e o vermelho, o amarelo e o alaranjado não vai achar frutos maduros entre a vegetação. São todos casos em que a mutação representou uma desvantagem e seus portadores não irão ter sucesso em viver e se reproduzir mais que os outros, mas há mutações que fazem o contrario. 

Uma cobra com dentes longos vai se defender melhor, vai sobreviver mais tempo, vai ter mais filhotes e os genes para dentes longos vai se disseminar entre a população de cobras. Em algumas gerações a maioria das cobras será dentuça pois houve uma seleção natural das que tem vantagem. É o acumulo dessas mutações “filtradas pelo ambiente” o que chamamos de seleção natural e apenas aparenta ser algo planejado. 

Dentes pontiagudos em cobras, garras afiadas em tigres, asas em pássaros, morcegos e insetos e nosso cérebro são todas características desenvolvidas dessa maneira e não algo planejado por um ser sobrenatural. Para mais detalhes ver o texto "Respondendo sobre evolução de espécies" nesse mesmo blog.

3-Realidade simulada por computadores

E por fim chegamos à era da informática, onde não apenas fazemos representações concretas da realidade com nossas mãos e abstrações com nossas mentes, mas sim representações abstratas da realidade com máquinas, os computadores.

Chamamos essa representação de "realidade virtual". Com ela pela primeira vez conseguimos mostrar algo abstrato que antes só podíamos realizar em nossos cérebros para outras pessoas. É quase como pudéssemos projetar nossos pensamentos em uma tela. Em parte isso já podia ser feito pelo cinema e pela TV mas apenas indiretamente e por pessoas especializadas. 

A informática colocou recursos muito mais dinâmicos que esses nas mãos de inúmeras pessoas comuns e a realidade se tornou fluida, plástica, possível de ser moldada ao gosto de cada um, como poderia ser feito por um deus que porventura atuasse sobre nosso universo...

3.1-Teleologia e realidade virtual

E aí temos um elo com a teleologia, ou melhor, um desenvolvimento dela. Se podemos simular a realidade em um computador ou numa rede formada por vários deles, pq não seria nossa realidade, ou nosso universo ele mesmo uma simulação com algum propósito, objetivo ou finalidade?

Essa ideia não é de todo inédita e nem totalmente criada pelo mundo moderno informatizado. A originalidade pertence a povos orientais, em particular aos indianos, que em algumas de suas expressões místico-religiosas afirmam ser o mundo um sonho de um ou mais de seus deuses.

Talvez a obra cinematográfica mais famosa a abortar essa situação seja Matrix, de 1999, mas que o faz de forma grosseira, onde as mentes dos seres humanos são enganadas em uma simulação da realidade mas seus corpos existem concretamente em estado de animação suspensa ou algo do tipo...

Noções mais refinadas da ideia de que o universo é uma simulação afirmam que tudo que existe é simulado, até mesmo objetos físicos ou concretos são apenas simulações e não apenas nossa mente ou consciência. Essa noção pode ser encontrada na obra E Tem Outra Coisa, de Eoin Colfer, livro da série Guia do Mochileiro das Galáxias...

De toda forma essa ideia apenas desloca o principio para mais além no passado. Se vivemos em uma simulação sofisticadíssima, absurdamente além de nossa própria capacidade computacional atual, isso apenas indica que fomos criados por uma civilização muito mais antiga e adiantada que a nossa, que tem o domínio de tecnologias superiores as que dispomos atualmente. 


3.2- Seres que criam realidades virtuais não são deuses

Mesmo que a realidade virtual fosse indistinguível da realidade para seus habitantes, não deixaria de ser uma simulação. Seus criadores não seriam deuses, pelo menos não no sentido de serem “a origem da realidade” e sim seres que são eles mesmos derivados das leis universais da evolução e que criaram uma simulação da realidade. 


Eles tb teriam evoluído de outros seres vivos, tiveram sua capacidade cognitiva aumentada pela seleção natural até o momento que talvez tenham passado a fazer isso por conta própria, com o uso de chips implantados no cérebro por exemplo. 

Criaram-nos com algum propósito, uma experiência cientifica ou simples diversão? Como saber? 

Mas isso é apenas especulação é claro, ficção cientifica que se apropria dessa tendência inata em nossa espécie que é ver intenção e planejamento em tudo. 


4-É necessário superar a tendencia que temos a crer em ilusões 

É ela, a tendência citada acima que orienta a formulação desde o antropomorfismo primitivo até a moderna noção da simulação universal passando pela crença teológica como já vimos.  Em essência ela é apenas a diminuição da complexidade da realidade aos limites da nossa espécie, é o não aceitar o universo como ele é para explica-lo e sim tentar dar-lhe a nossa forma para que ele se torne mais compreensível com menor esforço. 

Defender que se trata de característica inata em nós no entanto não deve induzir ao conformismo. Podemos e devemos superar a credulidade e o conservadorismo com esforço intelectual do mesmo modo que uma pessoa sedentária pode com esforço e dedicação passar a praticar atividades físicas  e com isso ter uma vida mais saudável.  

*Talvez se possa afirmar que esse “determinismo” é negado pela mecânica quântica, mas isso não é correto. Os acontecimentos “probabilísticos” das partículas subatômicas não anulam as ações de causa e efeito no mundo macrocósmico. Vc não verá uma estrela transformando hidrogênio  diretamente em ferro ou urânio no lugar de hélio, pois a “probabilidade disso ocorrer” é para efeitos práticos, nula.  

**Como características gerais entendo a permanência de comportamentos que são inatos em nossa espécie, que não variam ao sabor de culturas diferentes, como exemplo a valorização da vida dos elementos considerados "próximos" (que fazem parte do grupo) mais do que os que não estão nessa situação.