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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Marx, Darwin, relatividade e quântica


Há na “hard science” um desencontro. Talvez os físicos se irritem comigo por explicitar isso de forma tão grosseira, sem usar dos subterfúgios da língua para disfarçar uma discrepância. Mas de qualquer forma não há como negar o fato de que as explicações sobre a “realidade macro cósmica” não sirvam para a “realidade sub atômica”.  Mas é fato tb que funcionem.  Se não funcionassem vc não teria toda essa parafernália de eletrônicos na sua casa e nem GPS entre outras inúmeras coisas. Mas cientista que é cientista não se contenta em ver que as coisas funcionam ou não... Quer ver o pq! Então novas teorias são propostas e principalmente postas a prova. Está aí a teoria das super cordas como candidata a explicação do todo, que unifique a mecânica quântica à relatividade. 

Nas ciências da sociedade, há tb  um desencontro. O entendimento da sociedade como um todo se encontra estabelecido de forma apropriada, a meu ver, pelo materialismo dialético. Não de forma “ossificada” como querem tantos, não invertendo a realidade para que essa se adéqüe ao que imaginam sobre ela. Não, ao contrario, analisando a mesma em seus aspectos reais, se confrontando hipóteses com fatos para que se possa construir teorias adequadas, tal qual fazem os físicos, químicos e biólogos, que não ficam com pregações sobre o que acreditam, antes fazem algo que Marx mesmo propôs: Duvidar de tudo.

Mas vamos à discrepância. Não houve suficiente consideração de Marx sobre outra teoria revolucionária do século XIX, a evolução por seleção natural, o que causa uma limitação do alcance da ação sobre comportamentos e atitudes individuais. Tal como no descrito acima, onde a relatividade não explica o mundo sub atômico, tb o materialismo dialético falha em explicar comportamentos individuais. É urgente que se construa a superação dessa falha, e a seleção natural é possivelmente uma teoria a ser melhor considerada, posto que é objetiva. 

Foi ela quem em todos os aspectos determinou a forma e a função de nosso sistema nervoso. Somos 100% determinados pelo ambiente, mas não apenas o ambiente atual onde vivemos. Não é tudo cultural, nem tudo é aprendido. O ambiente em que viveram nossos antepassados foi determinante para selecionar características inatas que possibilitaram sobrevivência e reprodução deles. Essas características ainda cobram seu legado em nossas ações presentes e ainda pouco sabemos sobre elas e ainda menos as consideramos em nosso planejamento de construção de uma sociedade mais justa. Temos que construir a teoria do todo tb na soft science.

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