Total de visualizações de página

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O inconsciente II


A noção de que temos id, ego e superego tal qual afirma Freud é apenas uma alegoria. 

Nosso cérebro é dividido em várias partes que realizam varias funções, mas evolutivamente podemos dividi-lo em três partes. Uma parte primitiva, que não difere do cérebro de outros animais onde emoções como o medo, o prazer, a raiva e o desejo sexual se expressam. Uma parte intermediaria semelhante ao cérebro de mamíferos superiores e finalmente o neocórtex, que surgiu recentemente na história evolutiva e é a sede dos processos mentais mais elaborados chamados genericamente de consciência.

Varias ações são realizadas de forma automática. Algumas são benéficas como dirigir um veículo sem precisar refletir sobre qual atitude tomar a cada momento. Outras são questionáveis, como quando traímos parceiros por não resistir ao apelo sexual. E ainda outras são maléficas e prejudiciais como quando confrontamos fisicamente alguém por raiva sem que estivéssemos em risco real de sermos agredidos. Mas tudo se deve a estrutura do encéfalo. 

O “funcionamento automático do cérebro” (termo que prefiro ao invés de inconsciente) só nos demonstra que nosso "eu mais profundo", nossa base biológica, é a mesma de animais a que consideramos inferiores a nós, apesar da proximidade na árvore da evolução, como chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos. 

E mesmo nesses animais o funcionamento automático da mente não é absoluto, já existindo indícios de entendimento limitados sobre a realidade e ações conscientes em forma rudimentar. Mas foi no cérebro de nossos antepassados que ocorreu a evolução das estruturas superiores do encéfalo, o que possibilitou a ascensão de um fenômeno novo na vida na Terra, a consciência.

O inconsciente não é uma “parte não utilizada de nosso cérebro”, apenas seu funcionamento é diferente, não se baseando em racionalidade e reflexão sobre a realidade. Ele não é um corpo estranho dentro de nossa mente produzido por paradoxos entre indivíduo e sociedade. Ele é o resultado da atividade de partes primitivas de nosso cérebro que agem sem o nosso controle direto e que cuidam de aspectos inatos de nós mesmos. 

O controle da parte consciente da mente sobre atitudes irracionais pode essa sim ser ampliada culturalmente através da educação formal e informal, dada pela família, comunidade e escola.

Nenhum comentário:

Postar um comentário