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terça-feira, 10 de março de 2015

Manipulações da ideologia

Gostaria de conhecer a verdade sobre a saga que a humanidade vive e viveu desde a sua origem até nosso dias. O problema é determinar a verdade.  Ao contrario das ciências da natureza, as ciências da sociedade não podem dispor de laboratórios, de experiências reproduzíveis e outros fatores que possibilitam uma objetificação da realidade. 

Não é raro que versões dos fatos, e não os fatos sejam divulgados como "a verdade". Estamos em uma época assim. Versões afloram sobre tudo na web, enquanto a verdade se esconde. Uma versão quase universalmente aceita é de que não há mais espaço para mudanças socio economicas de grande monta. 

O nosso mudo de vida, o nosso tipo de sociedade, o capitalismo, se tornou hegemônico. As experiências de construção de sociedades alternativas que se dispunham a superar o capitalismo ao menos por enquanto não demonstraram fôlego para tanto. 

Contribuiriam no entanto para "humanizar" o capitalismo em alguns países. Mas não em todos os países, em especial nos mais pobres, onde as injustiças sociais seguem fazendo vítimas, mortos pela fome e doenças cujo tratamento existe, mas custa caro... 

Mas se é verdade que o capitalismo segue firme e forte, não é menos verdade que os interessados em sua continuidade incorrem em falsificações lamentáveis para justificá-lo e mante-lo. Essas falsificações apelam contrariamente ao sistema social que melhores resultados conseguiu em tentar acabar com a hegemonia do capitalismo, o socialismo. E nenhuma falsificação pode ser tolerada por quem se interessa pela verdade.  

O Homo sapiens, a nossa espécie, originalmente não vivia em sociedades divididas em classes sociais. Embora hierarquia social seja algo inato em primatas, ela não é baseada em "fatores econômicos" entre nossos parentes evolutivos próximos. A existência dessa diferenciação em nós se deve a causas bem conhecidas, como o excedente de produção acarretado pela prática da agricultura e a consequente existência da propriedade privada dos meios de produção. 

Mudanças na forma de se organizar a sociedade com base em uma produção maior de alimentos do que a necessidade imediata marcam a evolução desse “modo primitivo de produção” a outros mais organizados e com maior produtividade, como o modo de produção asiático e o escravismo grego romano. Posteriormente o feudalismo e depois o moderno capitalismo sucedem essas sociedades e é tentada a sua superação através de experiências de construção do socialismo. 

O fracasso da maioria dessas experiências fortalece a alegação de que afinal de contas é o capitalismo a “última etapa” para a evolução social, o mito do “fim da história”. É uma hipótese ideológica no sentido de que expressa a opinião dos interessados na continuidade da situação atual. 

A hipótese de que não é viável o socialismo não implica no entanto que o capitalismo é perfeito, eterno ou imutável. Há demonstrações de que algumas de suas características podem ser modificadas. Isso obviamente interessa às camadas sociais menos beneficiadas pelo “capitalismo selvagem” que é um termo bem apropriado para descrever sociedades onde é o capital é deixado “livre”, sem nenhuma regulamentação, tão ao gosto dos “neo” liberais discípulos de Frederick Hayek e Milton Friedman. 

Sendo a organização social mais avançada possível ou não, o capitalismo teve que se reformar para competir com o socialismo e aceitar algumas de suas características para se manter frente a ele. Inicialmente férias, aposentadoria, seguro desemprego, direito de greve, saúde e educação públicas e outros direitos eram inexistentes e foram os trabalhadores que com sua luta os conquistaram. Mas na maioria dos países eles ainda são parciais e em alguns, em especial os mais pobres, eles são na prática inexistentes. 

Com o fim das experiências socialistas nos anos 80 ganhou força a tendência a se tentar diminuir direitos sociais para se aumentar o lucro dos empresários. Demonstração disso no Brasil foi a ampliação das dificuldades para se obter a aposentadoria e as privatizações promovidas pelo PSDB e seus aliados.

Mas segue a “luta de classes” e se o ímpeto revolucionário arrefeceu, a necessidade de mudanças sociais torna necessário no minimo ações que reformulem a realidade politica e econômica dos países em que a injustiça social é a regra imposta a maioria da população. 

quarta-feira, 4 de março de 2015

As estrelas e a vida

Quando uma grande quantidade de hidrogênio, com massa suficiente se ve comprimida pela atração gravitacional inicia-se um processo fantástico. A formação de uma estrela. Nela o hidrogênio se funde em hélio, o que equivale a dizer que as partículas que formam os átomos de hidrogênio, o mais simples dos elementos, se unem e formam um novo, mais complexo. 

O processo continua, com hélio se fundindo em outros elementos mais pesados, a estrela vai evoluindo... Surgem o carbono, oxigênio, cálcio, ferro e outros. Convém esclarecer que a transformação não é plena. Nem todo hidrogênio se torna hélio, nem todo hélio se torna carbono etc. Quando os elementos leves ficarem em quantidade insuficiente para a continuação do processo de fusão, estrela vai "morrer". A gravidade vai "esmagar a estrela”, vai comprimir a sua porção central, o que aumentará o calor e expulsará sua porção externa para o espaço, ou seja, vai espalhar os elementos que a constitui.

Se for suficientemente grande, a estrela será esmagada a ponto de virar um ponto! Será um ponto no universo com uma gravidade absurda engolindo tudo o que estiver suficientemente próximo, o buraco negro. Mas se não houver quantidade suficiente de matéria, a estrela se tornará uma anã branca ou outros corpos celestes igualmente interessantes.

De qualquer forma, ela emanará ao morrer quantidades enormes de matéria para o espaço. Todos os elementos mais pesados que o hidrogênio, todos os outros átomos que formam nosso planeta, nosso corpo, tudo com que convivemos diretamente, os outros planetas, o nosso Sol e estrelas jovens, tudo isso foi forjado em uma ou mais estrelas que existiram a bilhões de anos. Assim, ao contrario do que se pensava na antiguidade, não há diferença entre os elementos que formam os seres vivos dos seres não vivos. Vida é apenas uma forma de organização da matéria, sem nada de sobrenatural, magico, mistico ou divino. 

Todos nós somos filhos das estrelas, pois nossos átomos surgiram nelas, a não ser o hidrogenio, que se originou após o big bang e que como ja vimos é o elemento que inicia a formação das estrelas.

Abaixo um pouco mais sobre a formação de elementos a partir do hidrogênio.

A fabricação dos elementos químicos:

Do hélio até o ferro, os elementos químicos são fabricados por fusão nuclear nos núcleos das estrelas, no processo de produção de energia. As reações nucleares ocorrem pelo seguinte esquema:
-Queima de Hidrogênio produz Hélio
-Queima de Hélio produz Carbono, Oxigênio e Neônio
-Queima de Carbono, Oxigênio e Neônio produz todos os elementos até o Silício
-Queima de Silício produz todos os elementos até o Ferro

Elementos mais pesados que o ferro são formados nas super novas, corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas com mais de 10 massas solares, muito grandes, muito massivas portanto.

Tal como a formação de estrelas, a vida é um fenômeno complexo em que diversos elementos materiais se interagem, se transformam e se multiplicam. Mas não temos ainda conhecimento para determinar de forma objetiva como ela se originou. Mesmo algumas características dos seres vivos como a consciência ainda não estão totalmente explicados. Mas disso podemos pensar que há algo "sobrenatural" que origina ou que mantém a vida? 

Penso que não, exatamente para ser coerente com todos os outros fenômenos naturais. Em nenhum deles foi encontrada nada que ateste a influência de espíritos, deuses ou demônios... Se não sabemos como se dão algumas características próprias da vida, isso não incorre em aceitar algo sem evidência. É melhor a dúvida que a certeza sem comprovação.

O fato é que observar estrelas é algo fácil de se fazer. A olhos nus podemos ver milhares no céu noturno e com aparelhos próprios o numero chega a bilhões e bilhões! Não há portanto duvida quanto a sua existência, mas e quanto a vida? Ela é de difícil detecção, principalmente se tratando de vida "não inteligente" ou que não produz ainda tecnologia como ondas de radio detectáveis por nossos aparelhos. 

Nos últimos anos inúmeros planetas semelhantes a Terra, com possibilidade de abrigar seres vivos foram descobertos. Como comprovar se há ou não atividade viva neles, se estão tão distantes? Microrganismo podem pupular em sua superfície nada saberemos. Ou pode haver algum que abrigou vida e essa foi extinta, ou se autodestruiu com o uso de tecnologias avançadas de guerra... 

Talvez a vida seja mais comum do que imaginamos, mas muito mais discreta discreta do que gostaríamos.