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domingo, 25 de setembro de 2011

Cético quanto ao "marxismo"

A psicologia evolucionista e a teoria sobre a seleção natural em geral me fizeram ser um tanto mais cético quanto ao "marxismo".

Posso afirmar com um pequeno orgulho que não fui um "marxista" dogmático, e tive muitos problemas com meus companheiros e camaradas da esquerda.

A seleção natural nunca foi bem digerida por Marx, apesar dele ver nela algo muito interessante.

Mas o outro expoente do "marxismo", Engels, comete erros absurdos quanto a evolução no livro "O papel do trabalho na transformação do macaco em homem" chegando a confundir Darwin com Lamarck.

No livro "A origem da família, da propriedade privada e do Estado" o mesmo autor comete mais algumas mistificações, como afirmar que a sociedade humana era matriarcal antes da invenção da propriedade privada dos meios de produção. Ora, não há evidências disso, ao contrário, entre os primatas em geral a dominação masculina é regra e eles não tem propriedade privada alguma.

A psicologia evolucionista ao meu ver preenche uma lacuna nas ciências sociais. Elas em geral apelam para a idéia de que é a sociedade que cria o indivíduo, como se fôssemos gravadores sem nenhuma base inata de comportamento. 

Sou de esquerda. É uma opção política. Enquanto opção, deve ser vista como uma tentativa de se seguir algo que se crê correto. E para se crer, é necessário evidências, ao menos quando se pretende ser objetivo, científico, com senso crítico...

Há um conflito entre a seleção natural e alguns postulados da esquerda. E há evidências de que a seleção natural esteja certa em alguns casos e a esquerda errada. O que fazer então? Enfiar a cabeça no chão e seguir acreditando no que for mais conveniente?

Isso é reduzir o pensamento de esquerda, que se pretende científico, a dogmas! E dogmas são próprios da religião, não da ciência.

Marx a seu tempo superou muitas idéias erradas sobre a sociedade e principalmente afirmou que a evolução do conhecimento é algo continuo. Ou seja, ele nunca quis ser eterno no que afirmava, por ter contato com a ciência tinha consciência de que suas afirmações seriam superadas dialeticamente. 

"Se fenômeno e essência coincidissem, não seria necessário a ciência."

É pena ver "marxistas" atuais se negando a um exercício necessário de superação de idéias de esquerda superadas pela realidade. Isso é fanatismo. E fanatismo origina seitas, sejam religiosas, políticas ou de que tipo for!

Um pouco mais sobre esse novo campo de conhecimento:
http://cienciaumavelanoescuro.haaan.com/2011/07/psicologia-evolucionista/

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