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terça-feira, 10 de maio de 2011

Deus, uma biografia II

Desenvolvendo o raciocínio que esbocei ontem, quando uma crença toma o lugar de outra (por imposição, principalmente por crenças monoteístas), é comum que os deuses da crença anterior sejam "demonizados".
 
No islã temos a transformação de seres místicos anteriores, como os jinn em demônios. Mas é no cristianismo que essa transformação se mostra com mais força em diversas épocas históricas.
 
No Império Romano, ao ser elevado a condição de "religião oficial", o cristianismo acabou com a relativa liberdade religiosa transformando os deuses anteriores em demônios. Estranhamente os deuses clássicos gregos foram poupados desse processo. Não se permitia seu culto obviamente, mas nao foram demonizados, talvez por "respeito intelectual" a cultura grega. Muitas crenças baseadas neles foram "readaptadas para se encaixarem no novo esquema", como a comemoração do solstício do inverno, o natal, e o hábito de se ter um deus (santo) protetor em cada cidade.

Modernamente vemos esse costume intolerante, com força total e sem máscara alguma, com os pentecostais disputando espaço com os cultos afro, transformando seus deuses (orixás) em demônios em cerimônias grotescas a que chamam de "desencapetação". Tudo que não seja o terrivel deus do velho testamento é demoníaco, como se Jeová não fosse suficientemente cruel.

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