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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deus, uma biografia

Matéria de capa da revista Superinteressante, Editora Abril, de novembro de 2010.

"O protagonista da Bíblia nao nasceu pronto: foi moldado à imagem e semelhança dos homens que O criaram".
"Houve um tempo em que Deus era apenas mais um. Disputava a atenção dos fieis com outras divindades e seres mitológicos até mais fortes do que Ele. Mas então veio a bíblia e mudou tudo."

É mostrada a origem do mito de uma forma muito corajosa. Javé nem era o deus principal da mitologia onde se inseria inicialmente e foi elevado à categoria de "deus único". Aliás muito antes de Javé, Aton foi alçado a essa categoria no Egito. E de certa forma Ahura Mazda na Pérsia.

Essa história nem é contada nos livros escolares por exemplo, que mostram os hebreus como monoteístas "desde o início', escondendo a história anterior, da época em que eram politeístas. Os autores de livros didáticos temem a reação dos religiosos ou são eles mesmos mais religiosos que honestos?
Uma leitura atenta do velho testamento nos dá indicações que não se negava a existência de outros deuses por parte dos hebreus. Mas há a afirmação de que Javé é o mais poderoso. Por exemplo os deuses do Egito não conseguiram impedir que Javé matasse nem o filho do próprio faraó.

Mas posteriormente "mais poderoso" passou a ser "único deus verdadeiro". Os outros deuses (principalmente já no período de dominação do cristianismo) foram diminuídos ora a condição de "seres fantasiosos"(os deuses gregos, por exemplo), ora a condição de demônios (como os "concorrentes diretos" de Javé no Oriente próximo)...

O que penso que deva ser ressaltado é que em um período anterior, Javé nao era nem o deus principal. Os antepassados dos hebreus eram tao politeístas como os outros povos antigos. Essa aura mística sobre Javé ser encarado desde o inicio como o unico deus verdadeiro da uma grande força apelativa ao mito. Sendo negada essa aura, o mito perde força. E sem força, o mito pode ser negado mais facilmente pelo estudo das condições reais da história que possibilitaram sua elevação a condição atual. Talvez seja como, ao atacar uma fortaleza, se descobra túneis em seu alicerce.













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