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sábado, 16 de março de 2013

O indivíduo e a vida em grupos I


Um tigre caça na floresta do sudeste asiático enquanto outro grande felino, o leão, cochila ao sol da savana na África. Suas fêmeas é que estão caçando. O tigre é um solitário. O leão vive em bandos e com seus urros mantêm a ordem e afasta potenciais ameaças enquanto obtém alimento de suas prestativas esposas... O tigre se vira mesmo só.

Tigres e leões são animais próximos cujos antepassados comuns viveram a alguns milhões de anos entre a África e a Ásia. Com o distanciamento ouve o fim dos cruzamentos entre os grupos e a evolução seguiu cursos diferentes em cada continente originando duas espécies novas. Uma adaptada à vida entre árvores, se atocaiando nas sombras para caçar e só tendo contato com parceiros em época de reprodução. Outra vivendo em campos abertos, à luz do Sol, formando uma comunidade com divisão do trabalho entre gêneros.

O fato é que nenhum desses felinos escolheu seu modo de vida, simplesmente os indivíduos que já nasciam mais propensos à vida na savana ou na floresta viviam melhor e se reproduziam melhor em cada local. Por fim, por seleção natural, novas espécies, formadas por indivíduos unidos por características genéticas comuns se formam depois de inúmeras gerações. 

Mas se características genéticas próprias ao tigre se manifestarem em um leão atualmente e o fizerem se comportar de forma parecida com um tigre? Ele tenderá a ser menos social. Caso seja uma fêmea, talvez se recuse a entregar ao bando o fruto de sua caça, o que lhe acarretará problemas, será constantemente atacada pelo macho dominante, será ferida, não arrumará parceiros sexuais, não se reproduzirá. Se for um macho talvez não queira viver em um bando, vá morar sozinho. Terá grande dificuldade para caçar, pois seu corpo robusto e pesado não tem a agilidade suficiente para caçar sozinho em uma savana. Fêmeas de leões caçam em bandos. Por fim também não terá muito sucesso em encontrar fêmeas disponíveis para se reproduzir. 

Em ambos os casos os “genes de tigre” não terão facilidade em ser repassados para frente. Em tigres, o “comportamento de leão” também acarretaria sérios problemas que impediriam sua sobrevivência e reprodução. Não só na estrutura corporal existe adaptação de origem biológica ao meio e sim também no comportamento, pois o cérebro é um órgão cuja estrutura é determinada pela seleção natural, como todos os outros.

Nos seres humanos o comportamento consciente é determinado por uma estrutura cerebral inexistente nos demais animais, posto que é bem recente em termos evolucionistas. O neocórtex. Mas há a influencia de partes mais primitivas do cérebro em nosso comportamento. Isso é evidenciado em situações em que medo, raiva, excitação sexual e mesmo momentos de extrema felicidade diminuem a influência da consciência em nossos atos e agimos irracionalmente. 

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